quinta-feira, 23 de setembro de 2010

O hormônio do crescimento faz realmente com que uma pessoa adulta atinja uma estatura superior?

Todos nós herdamos informações genéticas de nossos pais,que indicam um potencial final de crescimento. Para atingirmos esse potencial é necessário um somatório de fatores orgânicos e biológicos com os fatores ambientais. Entre esses fatores, poderíamos citar os hormônios do crescimento, da tireóide e sexuais, alimentação adequada, atividade física, estímulos psicológicos e emocionais e ausência de enfermidades como sendo os mais relevantes.
Quando todos esses aspectos positivos estão presentes no cenário, na intensidade e hora desejadas, o crescimento e desenvolvimento ocorrem normalmente.
O hormônio do crescimento é uma peça fundamental no desenvolvimento da estatura humana. Portanto, sua falta absoluta ou relativa vai influenciar negativamente esse aspecto. O uso terapêutico do hormônio pode corrigir essa falha, quando aplicado no tempo certo e nas doses corretas.
Com o desenvolvimento da puberdade em ambos os sexos e a elevação dos hormônios sexuais, tem início uma fase de crescimento mais rápida. Com o passar do tempo, a velocidade de crescimento é gradativamente reduzida, até parar por completo. Portanto, para uma criança que tenha deficiência do hormônio do crescimento, o uso terapêutico deve ser iniciado antes da puberdade, ainda na fase de atraso no desenvolvimento ósseo, para que se possa obter o melhor benefício do tratamento. Na fase final da puberdade, com fechamento das epífises ósseas indicando cessação no crescimento, o custo-benefício do tratamento torna-se quase nulo. Na vida adulta, não existe indicação do hormônio com finalidade específica de proporcionar crescimento.
A necessidade de administração do hormônio do crescimento é determinada pelo endocrinologista após uma avaliação clínica detalhada, para verificar se existe alguma deficiência nutricional, hormonal ou por qualquer outra causa que justifique o tratamento. Ele é feito com aplicações subcutâneas do hormônio do crescimento, de seis a sete vezes por semana, em geral à noite, antes de dormir.
[CH 184 – julho/2002]


José Egídio Paulo de Oliveira
DEPARTAMENTO DE CLÍNICA MÉDICA,
FACULDADE DE MEDICINA,
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

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