segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Como o aspecto emocional de uma pessoa influencia no desencadeamento do câncer?

Hoje conhecemos muito mais sobre as interações neuroimunoendócrinas, ou seja, as relações entre o sistema nervoso (que, entre outras funções, processa as emoções); o sistema imune (que nos protege contra infecções e contra o aparecimento de células cancerosas) e o sistema endócrino (que através da produção de hormônios integra e regula as atividades do nosso corpo).
Entre as células do sistema imune existe um tipo conhecido como NK (Natural Killer), capazes de destruir sem imunização (vacinação prévia) microrganismos intracelulares, células tumorais e infectadas por vírus. A célula NK não age efetivamente contra uma grande massa tumoral, mas é capaz de destruir células isoladas.
Por isso, é fundamental impedir a proliferação inicial do tumor para limitar o surgimento de metástases (tumor secundário, disseminado a distância por meio de células tumorais que caem na circulação sangüínea).
Hormônios e neurotransmissores, cuja produção é desencadeada por emoções positivas ou negativas, são responsáveis por regular as células NK. Os glicocorticóides, por exemplo, liberados em situações de estresse, podem inibir a atividade das NK, enquanto a endorfina pode aumentar a sua ação. Assim, fortes alterações emocionais podem indiretamente influenciar o desenvolvimento do câncer.

[CH 192 – abril/2003]

Vivian Rumjanek
DEPARTAMENTO DE BIOQUÍMICA MÉDICA,
INSTITUTO DE CIÊNCIAS BIOMÉDICAS,
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

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