quarta-feira, 22 de setembro de 2010

O CORPO COMO UM TODO

Controle da temperatura, fatores que definem a estatura humana, morte celular, envelhecimento, controle da dor, absorção de alimentos, regulação do sono, percepção de cores... Reunimos nessa seção do volume exemplos de alguns dos muitos mecanismos de funcionamento do organismo humano que, gradativamente, vêm sendo esmiuçados nas pesquisas realizadas na interface biologia-medicina.
Acreditamos que vários desses temas representam dúvidas e indagações freqüentes nas aulas de biologia e que os textos aqui apresentados possam ser úteis na abordagem dessas questões. O fundamental, no entanto, é que sirvam para despertar o interesse dos alunos e os motivem para a aprendizagem de conceitos-chave em biologia, principalmente aqueles relacionados à biologia geral, como a citologia, e imprescindíveis para a compreensão dos mecanismos fisiológicos que garantem o funcionamento pleno do corpo humano.
Entre as várias temáticas selecionadas para compor essa seção do volume, todas relativas aos mecanismos de funcionamento do corpo humano, consideramos especial a que procura desvendar os mecanismos de funcionamento do cérebro humano. Por isso, fizemos questão de incluir nessa seção textos relativos às neurociências.
Nas últimas décadas, o esforço de pesquisa empreendido por equipes de neurocientistas em todo o mundo tem gerado grandes avanços, sobretudo no que diz respeito a uma melhor compreensão dos mecanismos cerebrais. Parte desses novos conhecimentos das neurociências tem também se refletido diretamente na qualidade de vida das pessoas, com o desenvolvimento, por exemplo, de novos medicamentos para tratamento de distúrbios neurológicos, como a depressão e a ansiedade.
Além disso, ao demonstrar como mecanismos cerebrais interferem diretamente nos demais mecanismos de controle e funcionamento do corpo, como por exemplo, nas estratégias de defesa do organismo, os conhecimentos obtidos recentemente reforçam a idéia de que o ensino de biologia também deve mudar, superando a maneira fragmentada de apresentar o corpo humano através de seus “retalhos”, parte por parte, sistema por sistema, órgão por órgão.
A visão que se propõe atualmente para o ensino de biologia incorpora novos conhecimentos não apenas das neurociências, mas também de outras disciplinas, e preconiza a abordagem do organismo humano como uma totalidade, fruto da interação de todos os seus componentes, em seus vários níveis
de organização.
O desafio que se coloca para o professor, na abordagem dos temas aqui apresentados relativos ao organismo humano, é, portanto, superar a visão fragmentária (imposta pelas próprias disciplinas científicas e pela tradicional organização do ensino) e abordar o corpo humano como um todo integrado, em que pesem muito mais as idéias de interdependência, de complexidade e de equilíbrio dinâmico, justamente aquelas consideradas fundamentais para uma correta compreensão do fenômeno vida.

1. Ensino de Biologia. 2. Biologia educacional. I. Costa, Vera Rita da. II.
Costa, Edson Valério da. III. Brasil. Secretaria de Educação Básica.

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